sábado, 30 de maio de 2015

Câncer de Mama


Resulta de uma proliferação incontrolável de células anormais, que surgem em função de alterações genéticas, sejam elas hereditárias ou adquiridas por exposição a fatores ambientais ou fisiológicos. As alterações genéticas podem provocar mudanças no crescimento celular ou na morte celular programada, levando ao surgimento do tumor.

Considerado problema de saúde pública, o câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, que se manifesta pelas diferentes apresentações clínicas e morfológicas, variadas assinaturas genéticas e consequente variação nas respostas terapêuticas.

O processo de carcinogênese é, em geral, lento, podendo levar vários anos para que uma célula prolifere e dê origem a um tumor palpável. Apresenta os seguintes estágios:

  • Iniciação: fase em que os genes sofrem ação de fatores cancerígenos; 
  • Promoção: fase em que os agentes oncopromotores atuam na célula já alterada;
  • Progressão: caracterizada pela multiplicação descontrolada e irreversível da célula. 

Tipos de Lesões 


As lesões precursoras do carcinoma mamário como a hiperplasia ductal atípica, a neoplasia lobular e carcinoma ductal in situ apresentam alterações genéticas comuns aos carcinomas. Nem todas as lesões proliferativas epiteliais são precursoras, como as hiperplasias usuais, por exemplo. Entretanto lesões não proliferativas como as alterações colunares, são, de fato, precursoras do câncer.


  • Neoplasias lobulares são lesões não invasivas, localizadas ou extensas, que comprometem a unidade lobular e podem disseminar-se para os ductos. Recentemente reconhecidas como lesões precursoras, as neoplasias lobulares constituem achados incidentais de biópsias da mama, tendem à multicentricidade e à bilateralidade. 
  • Carcinoma ductal in situ é uma proliferação epitelial neoplásica intraductal que respeita a barreira da membrana basal. São classificados de baixo e alto grau, considerando o volume nuclear, a distribuição da cromatina e as características dos nucléolos. Tal classificação representa o grau de agressividade da lesão. 
  • Doença de Paget é um tumor raro que representa 0,5% a 4% das patologias malignas da mama, provoca prurido no complexo areolopapilar e apresenta-se inicialmente como um eritema e espessamento cutâneo, evoluindo para uma erosão cutânea eczematoide ou exudativa. 97% das pacientes portadoras dessa patologia apresentam um carcinoma subjacente. Nos casos subclínicos, o diagnóstico é feito por meio de exame histopatológico do complexo areolopapilar. 
  • Carcinoma invasivo da mama constitui um grupo de tumores epiteliais malignos que transpassam a membrana basal da unidade ductotubular terminal, invade o estroma e tem potencial para produzir metástases. 
  • Carcinoma ductal infiltrante é o tipo mais prevalente, com vários subtipos histopatológicos, alguns particularmente relacionados a um melhor prognóstico como os medulares, os mucinosos e os tubulares. Os linfomas, sarcomas e melanomas, embora raros, porém de pior prognóstico, podem ocorrer na mama.


Epidemiologia

O câncer de mama é o mais incidente em mulheres, representando 23% do total de casos de câncer no mundo e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres. No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, exceto na Região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa a primeira posição, segundo o INCA.

O Brasil apresenta valores intermediários no padrão de incidência e mortalidade por câncer de mama. Aqui em Sergipe temos uma taxa estimada de 40,52 casos para cada 100 mil mulheres, uma estimativa preocupante que nos norteia para aumento das atividades e exames preventivos.

Fatores de Risco 


Os principais fatores de risco conhecidos estão ligados à idade, aos fatores genéticos e aos endócrinos.

  • Idade (O mais importante fator de risco para o câncer de mama, cerca de 70 a 80% dos tumores são diagnosticados a partir dos 50 anos de idade);
  • Obesidade (principalmente quando o aumento de peso se dá após a menopausa)
  • Menarca precoce  (idade da primeira menstruação menor que 12 anos)
  • Nuliparidade
  • Menopausa tardia (instalada após os 50 anos de idade)
  • Ingestão regular de álcool (mesmo que em quantidade moderada – 30g/dia)
  • Sedentarismo
  • Historia familiar (predisposição genética corresponde cerca de 5 a 10% do total de casos)


 Segundo o “Documento de Consenso do Câncer de Mama” de 2004, são definidos como grupos populacionais com risco muito elevado para o desenvolvimento do câncer de mama:


  • Mulheres com história familiar de, pelo menos, um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 anos de idade. 

  • Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária.

  • Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino. 

  • Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ. Esse grupo representa cerca de 1% da população, devendo ser acompanhado com um olhar diferenciado, com indicação para rastreamento anual. 











Fonte:

Caderno de Controle de Canceres do Colo do Útero e da Mama
INCA - Instituto Nacional de Câncer



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