No Brasil, a Política Nacional de Planejamento Familiar foi criada em 2007. Esta política inclui oferta de 8 (oito) métodos contraceptivos gratuitos e também a venda de anticoncepcionais a preços reduzidos na rede Farmácia Popular.
Em 2009, a política foi ampliada e houve maior acesso a vasectomias e laqueaduras, métodos definitivos de contracepção.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
A atuação dos profissionais na assistência a anticoncepção envolve três tipos de atividades, que devem ser desenvolvidas de forma integrada:- Atividades educativas;
- Aconselhamento;
- Atividades clínicas.
Atividades Educativas:
Desenvolvidas para fornecer a clientela o conhecimento necessário para a escolha e posterior utilização do método contraceptivo mais adequado. Independente da metodologia aplicada, é importante que as práticas tenham caráter participativo, permitindo a troca de informações e experiências, e promover reflexão. A linguagem utilizada pelo profissional deve ser sempre acessível, simples e precisa.
Aconselhamento:
A ideia demarcada pelo aconselhamento é a troca. Um processo de escuta ativa individualizado e centrado no indivíduo. Visando estabelecer uma relação de confiança, possibilitando o indivíduo a reconhecer-se como sujeito de sua própria saúde e transformação. Essa prática pressupõe:
- A identificação e acolhimento da demanda do indivíduo ou casal, relacionadas ao planejamento familiar e prevenção de DST/AIDS;
- Avaliação de risco individual ou do casal para a infecção pelo HIV e outras DSTs;
- Reconhecimento pelo profissional de que o sucesso a ser alcançado depende da ação conjunta dos interlocutores (Profissional e cliente);
Atividades Clínicas:
Devem ser realizadas levando-se em conta que todo e qualquer contato que a mulher venha a ter com os serviços de saúde deve ser utilizado em benefício da promoção, proteção e recuperação da sua saúde.
A primeira consulta deve ser feita após as atividades educativas, incluindo: a anamnese; exame físico geral e ginecológico, com orientação do auto-exame de mamas e levantamento do acompanhamento ginecológico; análise da escolha e prescrição do método anticoncepcional. As consultas subsequentes visam um atendimento contínuo para reavaliar a adequação do método em uso, bem como prevenir, identificar r tratas possíveis intercorrências.
ESCOLHA DO MÉTODO ANTICONCEPCIONAL
Ao escolher o método anticoncepcional a ser usado devem ser levados em consideração os seguintes aspectos:- A escolha da mulher, do homem ou do casal;
- Características dos métodos;
- Fatores individuais e situacionais relacionados aos usuários do método;
Características dos métodos:
- Eficácia;
- Efeitos secundários;
- Aceitabilidade;
- Disponibilidade;
- Facilidade de uso;
- Reversibilidade;
- Proteção à DSTs e infecção pelo HIV.
Eficácia:
Dada através de uma taxa de falha que é calculada com o número de gestações não desejadas entre os usuários de um determinado método anticoncepcional nos primeiros 12 meses de uso. Assim, duas taxas podem ser encontradas para cada método:
- Por uso habitual - taxa de falha entre os usuários sem considerar todas as dificuldades que possam ter sido encontradas durante o
uso.
- Por uso correto - taxa de falha que leva em conta apenas os usuários que fizeram o uso
correto e consistente do método escolhido.
Efeitos Secundários:
A ausência de efeitos secundários adversos seria a condição ideal, entretanto não é a realidade dos anticoncepcionais até os dias atuais. É importante saber que determinados métodos ocasionam mais efeitos secundários adversos que
outros, sendo direito do usuário ser corretamente informado a respeito dessas diferenças.
Além disso, o profissional de saúde deve estar capacitado para prevenir e tratar tais
efeitos, assim como avaliar os riscos que o uso de determinados métodos possam acarretar à
saúde.
Aceitabilidade:
É o grau de confiança que nele se tem. A motivação para seu uso e uma correta orientação do profissional de saúde são importantes fatores para o sucesso do método escolhido. Devemos estar a tentos a inadaptação psicológica e cultural a determinado método pode ser a maior causa de seu fracasso ou de mudança para outro método.Disponibilidade:
O acesso gratuito aos métodos anticoncepcionais é condição fundamental para que a
escolha do método se realize livremente, sem restrições. Nas situações em que a oferta de determinado método não seja possível, é da maior importância
considerar o seu custo, avaliando a possibilidade do usuário arcar com ele.
Facilidade de Uso:
De nada adiantará a indicação de um método que tenha todas as qualidades
anteriormente descritas se sua utilização for difícil, complexa ou não assimilada por grande
parte da população. A maior parte das dificuldades
relacionadas ao uso do método podem ser resolvidas com o adequado suporte do profissional de
saúde.
Reversibilidade:
O ideal é que os métodos anticoncepcionais sejam completa e imediatamente reversíveis,
e que uma vez interrompido seu uso, haja recuperação total da fertilidade correspondente à
faixa etária do usuário.
Proteção à DSTs e infecção pelo HIV:
A infecção pelo HIV traz conseqüências para o exercício da sexualidade e da reprodução. Torna-se urgente estimular a prática da dupla proteção, ou seja, a prevenção simultânea das DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), a infecção pelo HIV/AIDS, e a gravidez indesejada.Isso pode se traduzir no uso dos preservativos masculino e feminino ou na opção de utilizá-los em associação a outro método anticoncepcional da preferência do indivíduo ou casal. É de fundamental importância que os profissionais de saúde conversem com o indivíduo ou casal sobre DST e AIDS, dando uma percepção a respeito de situações de risco para essas infecções, favorecendo a adesão ao uso do preservativo. O diagnóstico para essas infecções deve ser oportunizado e garantido também nos serviços de planejamento familiar.
Fatores individuais relacionados aos usuários do método
- Condições econômicas;
- Estado de saúde;
- Características da personalidade da mulher e ou do homem;
- Fase da vida;
- Padrão comportamental sexual;
- Aspirações reprodutivas;
- Fatores como medo, dúvidas e vergonha.
Referência
Portal Brasil
Caderno Ministério da Saúde
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