terça-feira, 24 de março de 2015

Planejamento Familiar

Compreendido como o conjunto de ações que auxiliam as pessoas que desejam ter filho e que também pretendem adiar o crescimento da família. Direito assegura do pela Constituição Federal e pela Lei nº 9.263, de 1996.

No Brasil, a Política Nacional de Planejamento Familiar foi criada em 2007. Esta política inclui oferta de 8 (oito) métodos contraceptivos gratuitos e também a venda de anticoncepcionais a preços reduzidos na rede Farmácia Popular.

Em 2009, a política foi ampliada e houve maior acesso a vasectomias e laqueaduras, métodos definitivos de contracepção.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

A atuação dos profissionais na assistência a anticoncepção envolve três tipos de atividades, que devem ser desenvolvidas de forma integrada:

    • Atividades educativas;
    • Aconselhamento;
    • Atividades clínicas.

Atividades Educativas:

Desenvolvidas para fornecer a clientela o conhecimento necessário para a escolha e posterior utilização do método contraceptivo mais adequado. Independente da metodologia aplicada, é importante que as práticas tenham caráter participativo, permitindo a troca de informações e experiências, e promover reflexão. A linguagem utilizada pelo profissional deve ser sempre acessível, simples e precisa.

Aconselhamento:

A ideia demarcada pelo aconselhamento é a troca. Um processo de escuta ativa individualizado e centrado no indivíduo. Visando estabelecer uma relação de confiança, possibilitando o indivíduo a reconhecer-se como sujeito de sua própria saúde e transformação. Essa prática pressupõe:
  1. A identificação e acolhimento da demanda do indivíduo ou casal, relacionadas ao planejamento familiar e prevenção de DST/AIDS;
  2. Avaliação de risco individual ou do casal para a infecção pelo HIV e outras DSTs;
  3. Reconhecimento pelo profissional de que o sucesso a ser alcançado depende da ação conjunta dos interlocutores (Profissional e cliente);

Atividades Clínicas:

Devem ser realizadas levando-se em conta que todo e qualquer contato que a mulher venha a ter com os serviços de saúde deve ser utilizado em benefício da promoção, proteção e recuperação da sua saúde. 

A primeira consulta deve ser feita após as atividades educativas, incluindo: a anamnese; exame físico geral e ginecológico, com orientação do auto-exame de mamas e levantamento do acompanhamento ginecológico; análise da escolha e prescrição do método anticoncepcional. As consultas subsequentes visam um atendimento contínuo para reavaliar a adequação do método em uso, bem como prevenir, identificar r tratas possíveis intercorrências.

ESCOLHA DO MÉTODO ANTICONCEPCIONAL

Ao escolher o método anticoncepcional a ser usado devem ser levados em consideração os seguintes aspectos:

    • A escolha da mulher, do homem ou do casal;
    • Características dos métodos;
    • Fatores individuais e situacionais relacionados aos usuários do método;

Características dos métodos:

    • Eficácia;
    • Efeitos secundários;
    • Aceitabilidade;
    • Disponibilidade;
    • Facilidade de uso;
    • Reversibilidade;
    • Proteção à DSTs e infecção pelo HIV.

Eficácia:

Dada através de uma taxa de falha que é calculada com o número de gestações não desejadas entre os usuários de um determinado método anticoncepcional nos primeiros 12 meses de uso. Assim, duas taxas podem ser encontradas para cada método: 

  • Por uso habitual -  taxa de falha entre os usuários sem considerar todas as dificuldades que possam ter sido encontradas durante o uso. 
  • Por uso correto -  taxa de falha que leva em conta apenas os usuários que fizeram o uso correto e consistente do método escolhido. 

Efeitos Secundários:

A ausência de efeitos secundários adversos seria a condição ideal, entretanto não é a realidade dos anticoncepcionais até os dias atuais. É importante saber que determinados métodos ocasionam mais efeitos secundários adversos que outros, sendo direito do usuário ser corretamente informado a respeito dessas diferenças. Além disso, o profissional de saúde deve estar capacitado para prevenir e tratar tais efeitos, assim como avaliar os riscos que o uso de determinados métodos possam acarretar à saúde.

Aceitabilidade:

É o grau de confiança que nele se tem. A motivação para seu uso e uma correta orientação do profissional de saúde são importantes fatores para o sucesso do método escolhido. Devemos estar a tentos a inadaptação psicológica e cultural a determinado método pode ser a maior causa de seu fracasso ou de mudança para outro método.

Disponibilidade:

O acesso gratuito aos métodos anticoncepcionais é condição fundamental para que a escolha do método se realize livremente, sem restrições. Nas situações em que a oferta de determinado método não seja possível, é da maior importância considerar o seu custo, avaliando a possibilidade do usuário arcar com ele.

Facilidade de Uso:

De nada adiantará a indicação de um método que tenha todas as qualidades anteriormente descritas se sua utilização for difícil, complexa ou não assimilada por grande parte da população. A maior parte das dificuldades relacionadas ao uso do método podem ser resolvidas com o adequado suporte do profissional de saúde.

Reversibilidade:

O ideal é que os métodos anticoncepcionais sejam completa e imediatamente reversíveis, e que uma vez interrompido seu uso, haja recuperação total da fertilidade correspondente à faixa etária do usuário. 

Proteção à DSTs e infecção pelo HIV:

A infecção pelo HIV traz conseqüências para o exercício da sexualidade e da reprodução. Torna-se urgente estimular a prática da dupla proteção, ou seja, a prevenção simultânea das  DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), a infecção pelo HIV/AIDS, e a gravidez indesejada.

Isso pode se traduzir no uso dos preservativos masculino e feminino ou na opção de utilizá-los em associação a outro método anticoncepcional da preferência do indivíduo ou casal. É de fundamental importância que os profissionais de saúde conversem com o indivíduo ou casal sobre DST e AIDS, dando uma percepção a respeito de situações de risco para essas infecções, favorecendo a adesão ao uso do preservativo. O diagnóstico para essas infecções deve ser oportunizado e garantido também nos serviços de planejamento familiar.

Fatores individuais relacionados aos usuários do método

    • Condições econômicas;
    • Estado de saúde;
    • Características da personalidade da mulher e ou do homem;
    • Fase da vida;
    • Padrão comportamental sexual;
    • Aspirações reprodutivas;
    • Fatores como medo, dúvidas e vergonha.




Referência

Portal Brasil
Caderno Ministério da Saúde


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