segunda-feira, 2 de março de 2015

Políticas de Atenção à Saúde da Mulher

Nas primeiras décadas do século XX, a saúde da mulher foi integrada as políticas nacionais de saúde no Brasil. Mas eram limitadas as demandas relativas à gravidez e ao parto. Os programas materno-infantis foram elaborados nas décadas de 30, 50 e 70 e tinham uma visão restrita sobre a mulher baseada na sua especifidade biológica e papel social de mãe e doméstica.

Características desse programa era a verticalidade e a falta de integração com outros programas. As metas eram definidas pelo nível central, não avaliando as necessidades de saúde das populações locais. Resultando na fragmentação da assistência e o baixo impacto nos indicadores da saúde da mulher.

Taxa de Fertilidade dos 15 aos 49 anos, de mulheres com e sem plano de saúde.


Em 1984, o Ministério da Saúde elaborou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). O novo programa para a saúde da mulher incluía ações educativas, de diagnósticos, tratamento e recuperação, englobando a assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-natal, parto e puerpério, no climatério, em planejamento familiar, DST, câncer de colo de útero e de mama e outras necessidades. O PAISM deve contemplar a população feminina acima dos 10 anos de idade.
No contexto do PAISM, o conceito de atenção integral à saúde da mulher redimensiona o significado do corpo feminino na sociedade, expressando uma mudança de posição das mulheres. Sua adoção representou um passo significativo em direção ao reconhecimento dos direitos reprodutivos das mulheres. O PAISM foi pioneiro, inclusive no cenário mundial, ao propor o atendimento à saúde reprodutiva das mulheres e não mais a utilização de ações isoladas em planejamento familiar.

Mais que nunca, a proposta do PAISM é atual, e por sua força conceitual não deve ser abandonado. Ao contrário, devem-se redobrar os esforços no sentido de pressionar o governo a efetivar sua implementação em todo o país, em interesse de  promover um atendimento de boa qualidade à saúde reprodutiva.


Referência:
Osis. Maria J. M. D. , Paism: um marco na abordagem da saúde reprodutiva no Brasil.
Ministério da Saúde

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